O Tribunal de Justiça de São Paulo negou um pedido da defesa do policial militar Leandro Henrique Pereira para afastar do seu processo o juiz Luiz Antonio Cunha, titular da Vara do Júri de Piracicaba. Pereira é acusado de matar duas pessoas durante uma festa sertaneja no Distrito Unileste, em novembro de 2022.
Os advogados do réu afirmaram que o magistrado teria “parcialidade” em relação da defesa por conta de incidentes em tentativas malsucedidas de realizar o julgamento do caso.
Na primeira sessão do júri designada, os profissionais discutiram com o promotor de Justiça Aluísio Maciel Neto durante o interrogatório de uma testemunha e deixaram o plenário depois que o juiz registrou o bate-boca na ata do julgamento.
Por conta da saída dos defensores, o julgamento foi cancelado. Cunha destituiu os profissionais, marcou um novo julgamento e apresentou pedidos contra eles junto à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e à Procuradoria-Geral do Estado.
Para o Órgão Especial do TJ, responsável pelo julgamento, essas medidas não tornam o magistrado parcial. “Há que se considerar, ainda, as peculiaridades próprias do julgamento em plenário, pois nele são os jurados, e não o juiz, que fazem o julgamento do réu. Debates intensos e incidentes processuais dessa natureza não tornam o juiz inimigo do defensor”, pontou o desembargador Ricardo Cintra Torres de Carvalho.
Processo
Segundo a denúncia oferecida contra Leandro, o PM fez pelo menos cinco disparos em um show lotado. Eles causaram a morte da estudante de odontologia Heloise Magalhães Capatto, de 23 anos, e de Leonardo Victor Cardozo, de 26 anos. Outras três pessoas ficaram feridas.
A Polícia Civil concluiu que os homicídios ocorreram após uma briga entre Leonardo e o Policial, que não estava de serviço. Leandro teria sacado a arma e disparado pelo menos cinco vezes. Leonardo foi atingido na cabeça e Heloise, no peito.
O julgamento do PM pelo Tribunal do Júri está marcado para o dia 12 de março.
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