A Justiça de Piracicaba determinou que o policial militar Leandro Henrique Pereira, de 26 anos, autor dos disparos de arma de fogo que mataram a estudante de odontologia Heloise Magalhães Capatto, de 23 anos, e Leonardo Victor Cardozo, de 26 anos, em uma festa sertaneja em novembro de 2022, no Distrito Unileste, seja julgado pelo Tribunal do Júri.
Se não houver recurso da defesa dele contra a decisão, a Vara do Júri deve marcar a data do julgamento.
O militar está preso desde o dia 22 de novembro do ano passado, quando se apresentou à Polícia depois de fugir do local do crime. Além das mortes, os disparos feriram outras três pessoas. Pereira foi denunciado pelos crimes de duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima) e três tentativas de homicídio. Se condenado, o militar pode pegar mais de 70 anos de prisão.
A esposa do PM, Jéssica Aparecida da Silva Lemes, que também é policial, chegou a ser denunciada pelo crime de prevaricação, que ocorre quando um servidor público deixa de praticar um “ato de ofício” para satisfazer um desejo pessoal, por não efetuar a prisão do marido em flagrante. O juiz Luiz Antonio Cunha, contudo, decidiu absolve-la por não estar em serviço no momento do crime.
Motivação
A Polícia Civil concluiu que os homicídios ocorreram após uma briga entre Leonardo e o Policial, que não estava de serviço. Leandro teria sacado a arma e disparado pelo menos cinco vezes. Leonardo foi atingido na cabeça e Heloise, no peito.
Uma testemunha disse que escutou cinco disparos de arma de fogo e viu a estudante de odontologia cair ao seu lado, de joelhos. A testemunha afirmou que tentou socorrer a vítima, mas ela caiu para trás.
Outra testemunha, que estava ao lado de Leonardo, disse que pouco depois de chegarem percebeu uma confusão e viu Leonardo estava no meio de uma briga. Essa testemunha disse que viu quando o policial militar, de pé, levantou a arma e atirou. “A distância entre os dois era de cerca de dois ou três metros”, disse.
A defesa de Leandro não foi localizada pelo Giro19 para comentar a decisão da Justiça. No processo, a alegação do PM é de que agiu em legítima defesa.