A Polícia Civil prendeu, nesta terça-feira (17), quatro pessoas suspeitas de envolvimento no assassinato de José Eduardo Ometto Pavan e Rosana Ferrari, ocorrido no início de abril na cidade de São Pedro. Entre os presos estão dois advogados, H.P.B., de 44 anos, e F.M.T.B., de 47 anos, que atuavam em São Carlos e eram responsáveis pelos negócios jurídicos das vítimas.
Além dos advogados, também foram detidos C.C.L.O., de 57 anos, e E.J.V., de 54 anos, apontados como os executores do crime. As prisões são resultado de uma investigação conduzida pela 3ª Delegacia de Homicídios da Deic de Piracicaba, com apoio da DIG, DISE, GOE e da Delegacia de São Pedro.
De acordo com a Polícia Civil, o crime teve motivação patrimonial. As investigações apontam que os advogados, que tinham relação de confiança com as vítimas, teriam cometido uma série de fraudes, incluindo falsificação de documentos, estelionato e desvio de patrimônio, antes de ordenar a morte do casal.
Conforme apurado, os dois advogados teriam induzido as vítimas ao erro, simulando despesas processuais inexistentes. Por meio da falsificação de guias de pagamento (DAREs), comprovantes e até uma decisão judicial falsa, eles teriam obtido mais de R$ 2,8 milhões indevidamente. Além disso, sob o argumento de realizar uma “proteção patrimonial”, teriam se apropriado de aproximadamente R$ 12 milhões em imóveis pertencentes às vítimas.
Após consumar o golpe financeiro, os advogados teriam contratado os dois executores para cometer o assassinato. O crime aconteceu na tarde de 4 de abril, quando José Eduardo e Rosana saíram de Araraquara, onde moravam, com destino a uma chácara de sua propriedade na zona rural de São Pedro. No trajeto, pararam em um outro sítio, também de propriedade do casal, onde foram vistos na companhia de um dos investigados pela última vez.
Naquele mesmo dia, ao anoitecer, o veículo das vítimas foi encontrado na chácara, com os corpos no interior. Parentes relataram à polícia que o carro foi conduzido por alguém que claramente não era uma das vítimas, já que a forma de dirigir não era compatível com eles. O alarme da casa permaneceu ligado, e o carro sequer foi descarregado — havia até um cooler com alimentos perecíveis no interior.
Os corpos só foram localizados na noite do dia 6 de abril, dois dias após o crime.
Além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas cidades de São Carlos e Praia Grande, inclusive no escritório de advocacia dos suspeitos. A Justiça também determinou o sequestro de bens dos advogados e o bloqueio de contas bancárias dos quatro investigados.
Os mandados de busca foram cumpridos em endereços nos bairros Parque Tecnológico Dama I, Parque Faber Castel e Jardim Munique, em São Carlos, e nos bairros Maracanã e Vila Mar, em Praia Grande.
A investigação foi coordenada pela delegada Juliana Pereira Ricci, titular da 3ª Delegacia de Homicídios da Deic de Piracicaba.
Os quatro presos vão responder por homicídio qualificado, associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso e ocultação de cadáver.
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