Cuidados
Em relação a medicações, o presidente do CRMV-RJ alertou que o uso de ansiolíticos só deve ser prescrito por um médico veterinário. Porque cada caso é um caso. O mesmo ocorre quanto à possibilidade de sedação. A sedação é só com orientação veterinária mesmo. Porque tem muita gente que ouve e quer fazer uma coisa desse tipo e não pode, não deve fazer. Com a internet, todo mundo é curioso, todo mundo se acha professor, criticou. Além disso, o uso indiscriminado desses remédios também pode causar efeito colateral grave. O sucesso e o prejuízo são a dose que é ministrada, salientou.
Outra coisa importante é não alimentar o animal perto dos horários dos fogos porque, com a agitação, ele pode sofrer engasgos. Embora a queima de fogos se intensifique na hora da virada, tem pessoas que desde a manhã do dia 31 já estão soltando fogos, lembrou Diogo Alves. Como o calor está muito forte, outra recomendação é hidratar bastante o animal.
Eu sempre recomendo fazer cubinhos de gelo, sorvetinho de frutas. Você congela a fruta, melancia ou melão, para o animal brincar. Ele fica lambendo, aquilo vai distraí-lo, tira o foco do calor um pouco também. E evitar frutas açucaradas. Melancia e melão são as que a gente realmente recomenda porque a quantidade hídrica é muito maior. Eles vão adorar, vão brincar.
Atenção também para os aparelhos de ar-condicionado, porque podem ressecar as vias aéreas dos animais. Para que isso não ocorra, o médico veterinário sugere colocar um balde dentro do local para aumentar a umidade daquele espaço. Em relação aos passeios na rua, observou que se o chão está quente para a gente, está dez vezes mais quente para o animalzinho. Não se deve fazer passeios com os animais em horários de pico de sol, mas até 8 horas da manhã ou só no final da tarde, para que o bichinho tenha uma transpiração melhor. Para os gatos, que são preguiçosos por natureza, os tutores devem colocar vários potinhos de água pela casa e com fontes, porque o gato é estimulado a beber também pela água em movimento.
O CRMV-RJ reforça que celebrar não pode significar colocar vidas em risco. Em períodos de grande incidência de fogos, a responsabilidade com os animais deve fazer parte do planejamento das comemorações.
Outras orientações
O professor do curso de Medicina Veterinária da Universidade Guarulhos (UNG), Diego de Mattos, destacou que um dos contratempos durante as festividades é a intoxicação com alimentos presentes nas ceias, como o chocolate, uva passa, cebola, nozes e alho, que são comidas perigosas para os companheiros de quatro patas. O chocolate, por exemplo, tem teobromina e cafeína. O organismo dos animais não consegue metabolizar adequadamente essas substâncias, explicou.
De acordo com Diego de Mattos, é preciso também evitar massas cruas com fermento e bebidas alcoólicas, pois podem causar intoxicações graves. Carnes gordurosas, defumadas ou muito temperadas aumentam o risco de pancreatite. Outro elemento que deve ser evitado é osso cozido, pois suas lascas podem perfurar ou obstruir o trato digestivo dos animais. Deixar todos os alimentos fora do alcance dos animais e não oferecer restos de comida são providências acertadas.
Caso o tutor queira incluir os bichinhos nas festividades, é recomendado preparar opções seguras, como carnes magras e cozidas sem tempero e sal, legumes adequados e petiscos voltados aos pets.
Ele destacou ainda que a busca por atendimento veterinário é indicada quando o medo ou a ansiedade se tornam intensos ou persistentes. Sintomas como tremores contínuos, vômitos, dificuldade para respirar, convulsões, tentativas desesperadas de fuga ou recusa total em se alimentar são alguns sinais que merecem atenção. Ele assinalou que o acompanhamento veterinário é essencial para evitar que a ansiedade e o medo se transformem em um problema crônico
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