Arealva encerrou, no dia 6 de dezembro, mais uma edição do programa Bordando e Tecendo Arte no Meio Rural, iniciativa que reuniu capacitação, criatividade e empreendedorismo para fortalecer o trabalho artesanal no campo. Promovido em parceria entre Sebrae-SP, Sindicato Rural de Arealva e Faesp/Senar, o curso ofereceu a quinze mulheres a oportunidade de construir uma nova etapa no empreendedorismo por meio do artesanato.

O resultado dos quatro meses de formação pôde ser conferido na Feira da Lua, realizada na sexta-feira, 5 de dezembro, quando as participantes expuseram seus bordados ao público. Durante o evento, as alunas apresentaram suas produções, celebraram a conclusão do programa e compartilharam relatos sobre o impacto do curso em suas rotinas familiares, na geração de renda e na confiança para transformar a arte manual em oportunidade de negócio.

A programação do curso combinou conteúdo técnico, orientação prática e um cronograma que explorou diversas técnicas de bordado, incentivando o desenvolvimento de novas habilidades manuais e profissionais. As participantes aprenderam desde pontos tradicionais até aplicações contemporâneas, resultando em peças autorais que expressam identidade, cultura e criatividade.

Professora aposentada, Conceição Lenharo decidiu ingressar no curso mesmo com as aulas já em andamento. Eu já bordava. Fiz, inclusive, todo o enxoval dos meus filhos. Mas só agora, aos 83 anos, decidi participar do meu primeiro curso de bordado para aprender os detalhes que sempre tive vontade de aperfeiçoar, conta, enquanto tira de uma sacola diversos chaveiros que produziu para presentear no Natal. Com brilho nos olhos, ela destaca o quanto a experiência a tocou ao tecer passado, presente e futuro. O curso me proporcionou reviver minha infância, sinto até que rejuvenesci, afirma, exibindo um bordado delicado e minucioso. Eu fiz isso numa sentadinha, comenta, com a leveza de quem transforma técnica e afeto em arte.

Para a artesã Romilda Marins, o curso assumiu um papel muito além do aprendizado técnico, tornou-se uma verdadeira terapia. Nesses quatro meses, cuidei da minha saúde física, porque tinha o compromisso de caminhar até o local, e da saúde mental, porque me reunia com mulheres inspiradoras. Fiz amizades, socializei. O curso não diz respeito apenas ao bordado. Para mim, foi terapia e um hobby, foi sensacional do começo ao fim. Isso é bem-estar, comemora ao relatar que não descarta levar o que aprendeu para seu trabalho artesanal. Por enquanto, vai ser um hobby. Mas, quem sabe, no futuro, pode se tornar mais uma fonte de renda.

O curso é dinâmico e trabalha vários estímulos, como coordenação motora, criatividade e saúde mental. E essa turma, em especial, foi fantástica, unida, participativa e muito presente. Tivemos gratas surpresas ao longo do processo. Nas aulas, elas contavam histórias, compartilhavam experiências, declamavam poesias e ainda demonstravam um talento incrível, destaca a arteterapeuta e instrutora do Senar, Luciane Milani. Ela conta que tem incentivado o grupo a permanecer unido mesmo após o encerramento das atividades. Estou estimulando para que continuem juntas e passem a vender seus bordados nas feiras da cidade. Elas têm potencial de sobra.

Para Rafaela Brugnatti, analista de negócios do Sebrae-SP, a iniciativa reforça o compromisso das instituições parceiras em promover o desenvolvimento de competências que geram autonomia, renda e valorizam o talento das mulheres do meio rural. Com a finalização de mais um ciclo, Arealva reafirma seu potencial criativo e produtivo, fortalecendo a cultura artesanal local e abrindo caminho para que novas turmas possam continuar bordando histórias de dedicação, aprendizado e empreendedorismo, conclui.

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Cultura Empreendedora

Agência Sebrae - Arealva celebra conclusão do programa Bordando e Tecendo Arte no Meio Rural com Sebrae-SP e parceiros