A ocorrência de eventos climáticos extremos, que geram fortes chuvas ou intensificam cenários de seca, está diretamente relacionada às mudanças climáticas. É o que afirmam técnicos do projeto “Corredor Caipira: Conectando Paisagens e Pessoas”, que é realizado no interior paulista e reúne ações de reflorestamento, conservação e educação ambiental, com patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental.

O “Corredor Caipira” é realizado pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq) e pelo Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão Universitária em Educação e Conservação Ambiental (Nace-Pteca) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
“As fortes chuvas que nós temos visto no Rio Grande do Sul nos últimos dias são uma das consequências das mudanças climáticas, que resultam em eventos extremos, como secas prolongadas em algumas regiões e em chuvas intensas em outras”, afirma Germano Chagas, um dos coordenadores técnicos do “Corredor Caipira”.

“Essas mudanças climáticas são decorrentes da emissão de gases de efeito estufa para a atmosfera, que tem como origem diferentes fontes, como o transporte pela queima de combustíveis fósseis, a indústria, a produção de energia elétrica e o desmatamento, que, no caso do Brasil, é a principal fonte de emissão desses gases”, diz Germano.


Florestas desempenham papel fundamental

De acordo com Germano Chagas, as florestas desempenham um papel fundamental na mitigação do aquecimento global e das mudanças climáticas, de forma a evitar a ocorrência de eventos climáticos extremos.

“Um dos gases de efeito estufa é o gás carbônico e as florestas atuam como grandes reservatórios de carbono, principalmente na madeira das árvores e no solo. Ao queimar essas florestas, a maior parte desse carbono que estava estocado é lançado na atmosfera causando aquecimento global e intensificando as mudanças climáticas”, explica Germano.

“Por essa razão, recuperar as florestas é muito importante para reduzir o avanço das mudanças climáticas. Através de processos como a restauração florestal e a produção em Sistemas Agroflorestais (SAFs), nós podemos reter parte do gás carbônico presente na atmosfera na biomassa das plantas através do processo de fotossíntese”, aponta Girlei Cunha, consultor florestal do projeto.

Mobilização da população e políticas públicas

O “Corredor Caipira” aponta, ainda, a importância da articulação das pessoas nesse processo, inclusive, junto a formulação de políticas públicas que impeçam ou, ao menos, dificultem o desmatamento.

“É fundamental a mobilização da população para elaboração de políticas públicas locais junto a movimentos sociais e ao poder público, de forma a estabelecer planos municipais de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, considerando aspectos como a redução de combustíveis fósseis e implementação de modelos de produção de alimentos mais sustentáveis e agroecológicos”, diz Karine Faleiros, coordenadora de educação e políticas públicas do projeto.

“Além disso, é fundamental consolidar políticas públicas que criem fundos para grandes investimentos que dificultem o corte de árvores, o desmatamento e a flexibilização do uso de áreas de preservação permanente urbanas e rurais”, completa Karine.

 

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aquecimento global | Florestamento | gases do efeito estufa | política ambiental | sustentabilidade

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