O júri do policial militar Leandro Henrique Pereira, de 26 anos, acusado de ter matado a tiros Leonardo Victor Cardozo, de 26 anos, e a estudante de odontologia Heloise Magalhães Capatto, de 23 anos, em um show no distrito do Unileste, em Piracicaba, no 20 de novembro do 2022, foi remarcado novamente, agora para o dia 6 de junho, às 9h. É a segunda vez que o julgamento é adiado.

A primeira data marcada pela Vara do Júri e Execuções Criminais de Piracicaba era 22 de fevereiro, mas devido a um parecer apresentado pelo advogado de defesa do policial, o julgamento foi adiado para esta quinta (18). Ontem, porém, comunicou o novo adiamento. “Na data de hoje, houve a apresentação do último laudo complementar requerido pelo Ministério Público, como contraposição ao laudo da Defesa, encaminhado e datado em 16 de abril último, após o horário de encerramento do expediente forense, apesar da cobrança deste juízo. Desta forma, pela complexidade apresentada, uma vez que depende de ciência às partes, com prazo para eventual impugnação ou mesmo necessidade de complementação pelos interessados, motivado, reitero, pela prova apresentada pela Defesa, dando prazo ao direito de impugnação, fica prejudicado o julgamento perante o Tribunal do Júri que está designado para 18 de abril, tudo para que se garanta a garantia do contraditório e a ampla defesa”, escreveu o juiz Luiz Antonio Cunha.

RÉU PRESO

O militar está preso desde o dia 22 de novembro do ano passado, quando se apresentou à Polícia depois de fugir do local do crime. Além das mortes, os disparos feriram outras três pessoas. Pereira foi denunciado pelos crimes de duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima) e três tentativas de homicídio. Se condenado, pode pegar mais de 70 anos de prisão.

A esposa do PM, Jéssica Aparecida da Silva Lemes, que também é policial, chegou a ser denunciada pelo crime de prevaricação, que ocorre quando um servidor público deixa de praticar um “ato de ofício” para satisfazer um desejo pessoal, por não efetuar a prisão do marido em flagrante. O juiz Luiz Antonio Cunha, contudo, decidiu absolvê-la por não estar em serviço no momento do crime.

MOTIVAÇÃO

A Polícia Civil concluiu que os homicídios ocorreram após uma briga entre Leonardo e o policial, que não estava de serviço. Leandro teria sacado a arma e disparado pelo menos cinco vezes. Leonardo foi atingido na cabeça e Heloise, no peito.

Uma testemunha disse que escutou cinco disparos de arma de fogo e viu a estudante de odontologia cair ao seu lado, de joelhos. A testemunha afirmou que tentou socorrer a vítima, mas ela caiu para trás. Outra testemunha, que estava ao lado de Leonardo, disse que pouco depois de chegarem percebeu uma confusão e viu Leonardo estava no meio de uma briga. Essa testemunha disse que viu quando o policial militar, de pé, levantou a arma e atirou. “A distância entre os dois era de cerca de dois ou três metros”, disse.

Arquivo - Leonardo e Helóise morreram vítimas dos disparos

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