O Rio Branco Futebol Clube, de Americana, atrasou o pagamento de pelo menos seis credores trabalhistas inscritos em seu plano de recuperação judicial. Pela proposta aprovada pela Justiça, a agremiação deveria quitar esses débitos num prazo de um ano, contado a partir da data de homologação, o que significa que o pagamento deveria ter sido realizado até o último dia 26.
Seis ex-funcionários da equipe, com um crédito aproximado de R$ 75 mil, se manifestaram no processo, alegando o atraso. Segundo a Lei de Recuperação Judicial, o descumprimento de um plano homologado pode levar à falência.
A advogada Tatiane dos Santos Carlomagno Barreira, que defende os seis ex-funcionários, disse que já foi procurada pelos advogados do clube para regularizar a situação. “Me disseram que estão operacionalizando esses pagamentos e que serão efetuados nos próximos dias”, explica.
A advogada, no entanto, não descarta pedir a falência. “Esse é um próximo passo. Vou aguardar os próximos 15 dias para ver se os pagamentos vão mesmo ocorrer”, completou.
O Rio Branco se comprometeu a pagar 100% dos débitos trabalhistas com valor até 150 salários mínimos. Em troca, essas dívidas ficariam “congeladas” por um ano, ou seja, não haveria a incidência de juros e correções monetárias como ocorre com dívidas judiciais.
Além disso, o clube conseguiu desbloquear receitas que há anos estavam travadas na Justiça por conta de ações de cobrança, como cotas da FPF (Federação Paulista de Futebol), bilheteria dos jogos, patrocínios e acordos pela venda de jogadores.
Com dinheiro em caixa, a equipe voltou a ter resultados positivos dentro de campo, subindo de série A4 para a série A3 do Paulista em 2024 e disputando o acesso para a série A2 em 2025 até a penúltima fase da competição.
Procurada pelo Portal Giro19, a R4C Assessoria Empresarial, administradora judicial do Rio Branco, informou que não poderia se manifestar sobre qualquer tema relacionado ao clube fora dos autos do processo.
A assessoria de imprensa do time de futebol orientou a reportagem a procurar os advogados Marcelo da Silva Leite e Jean Rodrigo Cioffi para esclarecimentos sobre a recuperação judicial. Os dois não retornaram os contatos feitos até o fechamento desta reportagem. Se houver manifestação, ela será atualizada.
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